segunda-feira, junho 26, 2006

De rastos

Já não choro há algum tempo... como se estivesse anestesiada, sem poder ver realmente o que me rodeia, como se nada me atingisse...
Mas começa a passar o efeito desta droga e subitamente reconheço, lá ao fundo, aquela sensação que quase me matou... E fico apavorada, não sei para onde me virar, tudo parece ser novo e não reconheço as formas do mundo...
Poder encolher-me, até ao tamanho de uma formiga, era uma boa ideia... A sensação de vazio emocional e de incapacidade acabam comigo, deixam-me de rastos... Não reconheço o reflexo que vejo no espelho, estranho o olhar, o sorriso, a pessoa...
Mas isto não é tristeza; não sei o que é... é algo estranhamente novo, que me deixa desconfortável... É estar reduzida a um computador, a partilhar o meu coração com tanta gente e, no fim, continuar aqui sentada em frente a este computador a falar apenas comigo mesma...

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