quinta-feira, julho 13, 2006

Ode à vontade...

Queria torturar-te e sorrir, com um vislumbre de zombaria. Olhar-te, mostrar-te quem tem o poder, e quem não tem qualquer controlo. Queria matar-te com um sorriso, como quem vibra com a dor. Queria matar-te os sonhos e a vontade. E lentamente acabar com esse oxigénio que te é precioso, sugar cada gota de vida, das quais não abdicas. Queria destruir os sóis que te alegram os dias e tirar-te aquele silêncio de que tanto precisas, tirar-te o pensamento e enlouquecer-te. E denunciar o teu esconderijo, roubar-to e deixar-te sem porto. E pisar os teus sonhos, zombar das tuas crenças, ridicularizar-te a vida. E deixar-te assim,sozinho,perdido,esquecido,tresloucado, num beco imundo, como tu. Queria fazer-te sugar o veneno que vertes, ver-te morrer do próprio mal, respirar a dor que emanas e obrigar-te a sorrir. Queria fazer-te chorar de desespero, de tanta tristeza causada por mim, da violência a que te expus. E, no final, empurrar-te de um precipício, para que não voltasses. Porque é cá que vivo desde que me atiraste. Amo-te.

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