Estava a remexer o baú quando encontrei uma folha, já meio rasgada de velha, que me prendeu a atenção por bastante tempo. Alguém me deu esta história há uns 7 ou 8 anos atrás e agora, passado tanto tempo, reli-a, com outra percepção, claro mas com o mesmo sentimento. É que há agumas pessoas que, apesar de saberem que faria tudo por elas, não entendem realmente que a sua presença na minha vida veio modificar várias vezes o meu estado de espírito e tornar-me numa pessoa diferente. É realmente o valor da amizade, quando, sem se ter completamente noção do seu poder, têm uma importância gigantesca na minha caminhada. Têm sido um apoio excepcional, amigos para todas as horas, mesmo naquelas em que me tranco em casa, sem querer ver o mundo. Amigos que me dão força para prosseguir. Obrigada.
Anyway, aqui vai a história:
"Um dia, quando eu era caloiro, vi um miúdo da minha turma a caminhar para casa depois da aula. O nome dele era Kyle. Parecia que estava a carregar os seus livros todos. Eu pensei:«Porque é que leva para casa todos os livros numa sexta feira? Deve ser mesmo um cromo!»
Como já tinha o meu fim de semana planeado (festas e um jogo de futebol com os amigos no sábado à tarde), encolhi os ombros e segui o meu caminho.
Conforme ia caminhando, vi um grupo de miúdos a correr na direcção dele. Eles atropelaram-no, de forma que ele caiu no chão. Os seus óculos voaram e eu vi-os aterrarem na relva a alguns metros de onde ele estava.
Ele ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza nos seus olhos. O meu coração penalizou-se por ele. Então, corri até ele enquanto ele gatinhava à procura dos óculos e pude ver uma lágrima no olho dele.
Enquanto lhe entregava os óculos, eu disse «Aqueles miúdos são uns parvos, deviam arranjar vida própria!». Ele olhou para mim e disse «Ei, obrigado!». Havia um grande sorriso na sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Ajudei-o a apanhar os livros e perguntei-lhe onde morava. Por coincidência, ele morava perto da minha casa, então eu perguntei como é que nunca o tinha visto lá antes. Ele respondeu que antes frequentava uma escola particular. Conversámos todo o caminho de volta a casa e ajudei-o a carregar os livros. Ele revelou-se um miúdo muito porreiro.
Perguntei-lhe se queria jogar futebol no sábado comigo e com os meus amigos. Ele disse que sim.
Ficámos juntos o fim-de semana todo e quanto mais eu conhecia o Kyle, mais gostava dele. Os meus amigos pensavam da mesma forma.
Chegou a segunda-feira e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez. Parei-o e disse:«Diabos pá, vais ficar realmente musculoso a carregar uma pilha de livros dessa todos os dias!». Ele simplesmente riu e entregou-me metade dos livros. Nos quatro anos seguintes Kyle e eu tornamo-nos os melhores amigos.
Quando nos estávamos a formar, começámos a pensar na faculdade. Kyle decidiu ir para Georgetown e eu ia para Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema. Ele seria médico e eu ia tentar uma bolsa escolar na equipa de futebol. Kyle era o orador oficial da nossa turma.
Eu provocava-o o tempo todo por ele ser um cromo!
Ele teve de preparar um discurso de formatura. Eu estava super contente por não ser eu a subir no palanque e discursar. No dia da formatura eu vi o Kyle.
Ele estava óptimo. Ele era um daqueles tipos que realmente se encontram durante a escola. Ele estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência mesmo usando óculos. Ele saía com mais miúdas do que eu e todas o adoravam! Às vezes até ficava com inveja!
Hoje era um desses dias.Eu podia ver o quanto ele estava nervoso por causa do discurso. Então dei-lhe uma palmadinha nas costas e disse:«Ei moço, vais sair-te bem!». Ele olhou para mim com aquele olhar(aquele olhar de gratidão) e sorriu. «Valeu», disse ele. Quando ele subiu ao oratório, limpou a garganta e começou o discurso: «A formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Aos pais, professores, aos irmãos, talvez até a um treinador mas principalmente aos amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém é o melhor presente que se pode dar. Vou-lhes contar uma história...»
Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava sobre o dia em que nos conhecemos.
Ele tinha planeado suicidar-se naquele fim-de-semana. Contou a todos como tinha esvaziado o seu armário na escola para que a mãe não tivesse que fazer isso depois de ele morrer e estava a levar as suas coisas todas para casa. Ele olhou directamente nos meus olhos e deu-me um pequeno sorriso. «Felizmente fui salvo. O meu melhor amigo salvou-me de fazer algo inominável.»
Eu observava o nó na garganta em todos na plateia enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momemto de fraqueza. Eu vi a mãe e o pai dele a olhar para mim e a sorrir com aquela mesma gratidão. Até aquele momento eu nunca me tinha apercebido da profundidade do sorriso que ele me dirigiu naquele dia.
Nunca substimes o poder das tuas acções. Com um pequeno gesto podes mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior. Deus coloca-nos a todos nas vidas uns dos outros para que tenhamos um impacto uns sobre os outros, de alguma forma.
Procura o bem nos outros. Agora tens duas opções. Podes:
1-Passar esta história aos teus amigos
2-Agir como se este texto não tivesse tocado o teu coração.
Como vês, eu escolhi a primeira opção. Amigos são anjos que nos deixam em pé quando as nossas asas têm problemas em lembrar-se de como voar..."
Pessoal,sei que foi um testamento,como costumam dizer mas valeu a pena não?
Um sorriso daqueles para todos!! Um sorriso não, uma grande gargalhada das minhas!!
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5 comentários:
Vou começar a passar por cá. Gostei
ic>| Serás sempre bem vinda! Aparece! Também gostei muito do 'Sem título'!
os amigos são tantas vezes o nosso suporte ... é bom tê-los!
a>| Pois é...é mesmo...é exactamente essa a palavra: suporte... :)
chorei
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