Tudo devia ser assim, simples. Como a bolacha, saboreio até à última pepita, lentamente, como se não houvesse mais prazer na vida. Acabo de comer e logo volto à embalagem em busca de mais prazer, volto a comer, volto a sentir aquele prazer... São tantas, prazer infinito.
E se a vida não fosse mais do que prazer? Satisfação em forma de bolacha, com pedaços de chocolate? Esquecendo que não tenho quem quero, não faço o que desejo, não digo o que está preso há tanto na minha garganta, que não choro as lágrimas que se formam, como dilúvio assumido, não corro os kilómetros que planeio, não grito o que preciso, que não há bolacha real, para mim.
Resta-me a vontade, sentir, sonhar. Assistir, em silêncio, às demonstrações de suposto apreço por mim, às manifestações da suposta preocupação, que me tortura, porque não chega, não é a bolacha, não me faz respirar fundo, calmamente. Faz-me sentir que este mundo não passa de falsidade e que o rio corre, as àguas passam, tudo anda em frente e a minha sensação de incapacidade sobre todos os aspectos das relações pessoais, estagnou. Ficou parada, está igual a tantos outros dias, meses e anos.Parece que tudo corre, a uma velocidade aluciante e irreal e não sou capaz de acompanhar, tropeço a certa altura.
Fico cá atrás, na plateia,a assistir, a comer a minha bolacha, em paz. Tudo seria tão simples se fosse como uma Mini Chipmix...
Apetece-me abraçar-te.
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1 comentário:
Pois é minha amiga, não existe o "principe encantado". Tão certo como haver rosa com espinhos.Assim é a nossa vida, assim como a chipmix tem pepitas,tem a nossa vida de obstáculos. O que é bom, todos os obstáculos por ti conquistados,por insignificantes que sejam aprendes a dar-lhes valor. Por isso corre por aquilo que desejas e amas... a sorte sorrirá.
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