terça-feira, outubro 24, 2006

Carta de amor

Quero dizer-te que te amo. Que não deixo de pensar em ti, um dia que seja. Que estás presente nos meus sonhos, por mais que eu não queira, por mais que tenha sofrido por ti, por mais lágrimas que tenha chorado, por mais que te tenha perdido, mesmo sabendo que, no fundo, nunca te tive.
Amo-te. Pronto, já o disse. Porque este amor era tão inocente que só agora penso nele. Porque me fazes falta. Porque não consigo viver sem ti.
Acusei-te, vezes sem conta, de seres assim, tão tu. Acusar-te-ia novamente, se tivesse oportunidade. Para que sentisses que não me és indiferente, apesar de não ser isso que te mostro. Pisar-te-ia porque seria a única forma de chegar a ti, depois de tudo. Seria a única forma através da qual serias capaz de sentir como te amo e te escondo. E me escondo.
Amo-te. Sempre te amei. Mas nunca o soube. A mágoa ocupava o maior recanto do meu coração. Os meus olhos estavam vendados para ti. Estava tão carenciada de afecto que me ofereci ao mundo para que me fizesse sua.
Que posso eu fazer agora que penso em ti como não pensava? Que faço agora que me pertences, como um bocado de carne, como o ar que não posso deixar de respirar?
Amo-te, confesso. Choro porque é errado. Porque devias ser apenas sonho. Choro porque sei o que sou. E porque pensas em mim. Mas porque não me olhas.
Amo-te e nunca te direi. Porque este sonho que trespassou a barreira legal da realidade é demasiado doloroso para que não passe desta carta de amor, deste grito noctívago e apaixonado como nunca tive igual. Sinto falta do teu cheiro, do teu sorriso, da tua energia. Preciso de ti, amo-te, grito- Amo-te!
E o que nos une é este consentimento silencioso, este reconhecimento sem palavras, apenas com aquele olhar que evitamos. E com o símbolo, que transformei na tua imagem,que insisto em não largar. Não dou um passo sem que ele esteja comigo, sem que me sinta protegida pelo único símbolo que nos liga.
Amo-te e nunca o saberás. Eu própria nunca o soube. Linchar-me-iam por este amor, o mais puro de todos. Mas é um amor superior a tudo, ao mundo, às lágrimas, à dor, ao passado, ao oxigénio, às folhas do Outono...
E nunca serei capaz de amar ninguém como te amo.

3 comentários:

Anónimo disse...

LINDO simplesmente!

Marlene disse...

mana+nova>| Linda és tu!! :p

Marlene disse...

mana+nova>|..por seres a leitora mais assídua do meu blog..;)
Bisous(já estou a imaginar-nos de boina e a dizer merci, oh lá lá.. :)