domingo, janeiro 28, 2007

Verme

Tu, que tens o poder de me fazer sorrir e modificar a minha vida. Que alteras todas as regras que baralham a minha vida. Que influencias todos os meus passos e que és responsável pela quebra de todas as promessas feitas. Que me deixas numa profunda tristeza e que, com um sorriso, rasgas as minhas crenças.
Tu, que me envergonhas e, no entanto, me deixas tão à vontade. Que primas pelo sarcasmo e pela inteligência. E pela frieza e pela ignorância.
Que me ouves e me dás aquele abraço. Que me apunhalas com o olhar e me matas a cada dia que passa.
Muda a minha vida, morre de vez, desaparece do sistema solar, evapora, deixa-me. Mata-me, destrói-me por fim. Acaba com esta existência inútil e dispensável, falsa. Fere a lástima em que me transformei, a instabilidade que pede para ser exterminada. Que pede para não sofrer mas que se mutila deliberadamente.
Liberta-me.
Hoje. Só e distante do que podia e devia sentir, recuperaste a lágrima de te dá força e te faz viver, sem que sequer peças ou queiras.
Não existo. Morri. E não foste ao meu funeral. Não choraste e nem me levaste uma flor.
Não ficaste dias sem comer e sem dormir. Nem sequer pensaste em mim.
Deixaste-me apodrecer sozinha no meio dos vermes, a ser devorada rapidamente por seres que anseiam pela minha carne e ignoram a minha alma. Deixaste-me sozinha hoje. No dia da minha morte. Na minha última oportunidade. Na tua última oportunidade de me veres sorrir por ti. De sorrir por mim.

3 comentários:

Anónimo disse...

Compreendo a tua dor...
Faz o teu luto. Mas que ele não preencha todos os dias da tua vida... um amor assim, não merece tanta dor tua. O amor, aliás, nunca devia ser assim...

Um beijinho, com muita ternura.

Anónimo disse...

Completamente out do assunto e a dar ar de intrometido, faço das palavras da L, as minhas próprias palavras.

Take it hard, girl, right to the hardest way!

Marlene disse...

:) aos dois e um beijinho também!