domingo, agosto 05, 2007

I

Combinámos jantar juntos. Como dois amigos fariam.
Falámos sobre tudo o que pode haver de mais banal no mundo. Contei-lhe um bocadinho da minha história; foi mais simples com ela do que seria com alguém que não soubesse de nenhum dos meus passos.
Fomos embora. E ficámos a conversar horas e horas, novamente sobre pequenas coisas, com pouca importância. Senti que a conhecia há muito tempo, apesar da recente amizade. As palavras saíram naturalmente, havia um à-vontade natural.
Já era tarde. Tínhamos de nos despedir por aquela noite. Supostamente, um abraço, aquele que ficou prometido e perdido no ar de uma conversa amigável.
Soube bem, um longo e quente abraço, apertado, cúmplice, íntimo.
"Vou beijá-la?", pensei."Quando é que a beijo?"...
E um íman invisível fez com que acontecesse. Um beijo calmo, intenso, diferente, único..."Estou a tremer...porque é que estou a tremer?"
Quis que aquele beijo fosse eterno, senti um aperto no peito e um frio adolescente no estômago.
Olhei para ela e não consegui dominar o meu sorriso. Aquela vontade mútua deixou-me completamente desarmado, inexplicavelmente baralhado e feliz ao mesmo tempo...
Foi embora deixando o seu cheiro em mim.
Foi uma sensação estranha mas que eu queria mesmo viver, por ser tão boa, tão impossível de se rejeitar...

Estava aqui na cama deitado, de papo para o ar a pensar nela..não consigo deixar de pensar nela...e sei que ela também tremeu quando me tocou...mas estou baralhado com ela e com tudo isto, pode ser simplesmente vontade de sentir adrenalina, de viver algo diferente, qualquer coisa, não sei...

2 comentários:

Elza disse...

Humm paixão a vista!!
que coisa boa!!!!
Boa semana viu!
=]

Anónimo disse...

Boa Tarde, vim seguindo pegadas e acabei aqui num canto de encanto.
Adorei, vou adorar te receber no Solidão de Alma. Beijo.