Tarde de domingo

Ás vezes fico tão triste que penso que só estou aqui a ocupar espaço e que não gosto desta vida. Que não quero viver assim, não quero viver, de maneira nenhuma. Penso no quanto estou farta e cansada das barreiras que crescem no meu horizonte.
No entanto, há alturas em que me apercebo que não quero morrer já, que não tenho coragem para não viver o que de desconhecido há para viver. Faltam-me as forças para desistir sem ter vivenciado as sensações com as quais sonho.
Há momentos na vida em que me é muito difícil prosseguir nesta caminhada. Mesmo sem ter uma explicação que seja lógica para as mentes de quem se importa comigo.
Mas há algo que não me canso de repetir. Que amo muitas pessoas. Pessoas que me acompanham. Que estão sempre presentes. Que sabem o que sinto, sem que se pronunciem. Pessoas que sei que choram por saberem quem sou, por acreditarem na minha dor, sem que a possam atenuar. Amo-as mas nunca o digo pessoalmente.
Bem, como o meu prédio cheira terrivelmente a gás, achei por bem deixar aqui este desabafo. E para o meu pai, que diz que o cheiro não é de gás, amo-o muito, por nunca ter desistido.
Anyway, é só para o caso de o edifício explodir...


(Não vou comentar isto, caso o prédio não rebente, claro está...)