Influências e mudança

E pronto, este já acabou...ufa...estava a ver que nunca mais passava esta época...bah!
Começou mais um ano. Um ano igual aos outros. A diferença consiste, salvo o acaso, na nossa vontade de mudança. E farei tudo para que seja um ano bem diferente, um ano de grandes decisões, de mais sorrisos e menos tempo perdido. Um ano em que espero aproveitar tudo o que tenho direito e no qual quero iniciar uma pequena terapia com o objectivo de não me preocupar tanto com coisas insignificantes e que atormentam tanta gente...
Todos os anos faço uma lista com o que pretendo mudar, os objectivos para o ano que começa. Os amigos até já gozavam porque chegava sempre ao fim do ano sem nenhum ou, na melhor das hipóteses, com um objetivo atingido...
Confesso que o fiz até ao ano passado. E que atingi apenas uma das metas. Mas foi uma muito significativa ou até mesmo a mais importante para seguir em frente, de forma saudável, psicologicamente, com a minha vida. Atingi-o e sorrio por isso. E nem sequer sinto mágoa por não ter sido capaz de o alcançar durante tantos anos. Sinto-me apenas livre. Finalmente livre para ser eu mesma, sem aquela lágrima que não conseguia evitar, que já fazia parte de mim.
No fundo contradigo-me um pouco porque sei que sou um pouco retrógrada em relação a certos assuntos. Assim como não sou capaz/não quero perdoar quem me magoa ou a quem amo, também tenho certas ideias fixas sobre as quais deliberadamente não penso muito, simplesmento deixo as emoções falar mais alto. Mas, há uns dias, em conversa com uma grande amiga deixei-me levar pelo respeito que lhe tenho e permiti-me a mim mesma pensar sobre isso. Não percebia como é possível deixar de odiar alguém que nos causou um mal tremendo. Ou como se é capaz de seguir em frente após um acontecimento terrível. Mas a realidade é que isso realmente acontece. A dor continua mas o ódio não. Eu simplesmente não quis aceitá-lo e evitava pensar sobre isso. Mas sei que é verdade.
Penso que se trata de um caso tipo ostra/pérola - pérolas são produtos da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou grão de areia. As pérolas são feridas cicatrizadas. "Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas".

Este ano que passou foi muito importante para mim, irei recordá-lo para sempre, a menos que o meu Alzheimer se agrave...
Quem me "conhece" entende, perdoem-me as curtas palavras...
Houve pessoas que me mantiveram centrada e não permitiram que navegasse para fora desta órbita. Muitas mesmo, cada uma à sua maneira, mesmo sem saberem. Obrigada a todos, pela paciência, tempo, amizade, compreensão. Agradeço até ao meu grão de areia.
FELIZ 2007!!!