Vou chorar...Volto já...

Odeio despedidas. É que odeio mesmo.
Não suporto saber que tenho de me separar de alguém de quem gosto imenso e reajo de forma fria e, aos olhos de quem também sofre com o mesmo, de um jeito insensível, como se não houvesse absolutamente nenhuma ligação entre nós. Quando essa pessoa já fazia parte do meu dia-a-dia, quando já me tinha habituado aos seus "bom dia, miúda" e aos "Jesus, que feitio horrííííível"... Saber que podia contar com aquele sorriso caloroso, os seus cabelos grisalhos de sabedoria, a sua capacidade de oratória impressionante e a voz envolvente e firme, de quem perde as estribeiras sempre com educação. E que a sua amizade era muito reconfortante para mim. Que tinha a humildade, que tanto prezo, para pedir desculpa, depois de algum erro, por mais que ferisse o seu orgulho.
Que no momento de dizer adeus quase tenhamos chorado e que tal não tenha acontecido porque não quisemos, como habitual, dar parte de fracos ou emotivos demais.
Que me tenha agradecido por tudo, quando não há nada para agradecer...
Que lhe tenham saído aquelas palavras que quase me derrubaram, no momento certo, com a entoação certa(como se existissem tais coisas!).
Que me tenha considerado uma amiga a sério e mo tenha dito, quando jamais se havia exposto de forma tão clara.
Mas permita-me que lhe faça um grande reparo: eu não FUI uma grande amiga. Sou e serei sempre. Porque me surpreendeu como não esperava de alguém que me faz lembrar tanto outra pessoa que me magoou tanto.
Sei que sou especial para si e isso é muito importante.
Lembrar-me-ei daquele abraço forte e demorado, para sempre, como quem não quer perder parte da sua vida.
E essa, como costuma dizer tantas vezes, é um ciclo e ainda nos iremos encontrar em algum "cruzamento da vida"...

(Eu não sou insensível, bem pelo contrário... Só me é demasiado doloroso demonstrar este tipo de emoções pessoal e abertamente. Mas sei que o sabe, no fundo.)

"Até amanhã!"