Não posso ajudar ninguém. Nem a mim mesma. Não posso pedir nem querer nada porque não tenho nada para dar. Cheguei ao centro deste cansaço psicológico. Encontrei em mim uma pessoa que não me agrada. Não posso fingir que nada me afecta porque isso simplesmente já não é possível. Não posso fingir mais esta minha felicidade invejável, este sorriso aberto.
Descobri que sou alguém que não quero ser. E fiquei definitivamente na merda. E não sei como deixar de estar atolada nisto tudo que me magoa tanto.
Não sei como fazer para arcar com as tristezas alheias. Nunca pensei ser capaz de provocar tamanha tristeza em alguém. E que não fosse capaz de a eliminar. De ferir alguém desta forma. Mas não posso ajudar ninguém. Neste momento só consigo ser assim egoísta e desprezível. Não tenho nada para dar.
Não sei o que vou descobrir mais sobre mim mas para onde quer que olhe, tudo me parece errado. Não se trata de fazer algo e sentir-me mal mas sim de sentir tudo como algo mau, desgastante. Estou tão pequenina que me sinto a desaparecer na realidade.
Talvez um dia peça desculpa e não me perdoem por este egoísmo mas não tenho força para mais. Este sentimento é comparável às histórias da minha vida, a tudo o que nunca pensei que pudesse cruzar-se no meu caminho. Estou a ser derrotada por emoções potentes demais, emoções que me retiram as forças que fazem qualquer pessoa olhar em frente, dia após dia.
O Capitão disse-me que não era capaz de cuidar de outra pessoa, que não se sentia capaz, neste momento, de lidar com os seus sentimentos e de outra pessoa. E como o compreendi. Como o quis abraçar e chorar por muito tempo porque o entendi. Porque lhe olhei nos olhos e percebi que há coisas que não se escolhem e se há coisa certa a fazer no meio de tudo o que de errado fazemos na vida, essa coisa é não mentirmos a nós mesmos. Não arrastar algo que nos fere bem cá dentro, onde ninguém vê.
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3 comentários:
estarei sempre contigo.
o que te dizer?
..estou aqui.*
tb já me senti assim, desculpa a invasão, boa sorte*
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